O segredo das Blue Zones: IKARIA e NICOYA

Parte 2

Este é o meu segundo post sobre os segredos das Blue zones (zonas azuis) em que especificamente vou falar sobre dois lugares: a ilha grega Ikaria e a região de Nicoya localizada na Costa Rica.

Este post é baseado na nova série da Nextflix “Live to 100: Secrets of the Blue Zones”, em tradução literal: “Viva até os 100: Segredos das Zonas Azuis” a qual revela os segredos das pessoas que vivem até os 100 anos ou mais.

No Segundo episódio, o comentarista Dan Buettner relata a vida de uma população considerada probre mas que tem muita expectativa de vida. Os moradores da Península de Nicoya na Costa Rica são pessoas que além da genética possuem algumas peculiaridades simples no estilo de vida que me chamaram a atenção.

Sobre Nicoya

  • Dieta Saudável: A alimentação na Zona Azul de Nicoya é notável por seu consumo significativo de grãos, feijão e uma menor ingestão de carne, com destaque para o feijão preto, abóbora e milho. A prática de demolhar o milho é interessante, pois facilita a liberação de niacina, contribuindo para a saúde do colesterol. O feijão preto é rico em antioxidantes, compartilhando propriedades semelhantes às encontradas nas blueberries. A abóbora, por sua vez, oferece fontes de vitaminas, potássio e magnésio, destacando-se como um componente nutricionalmente valioso na dieta da região.
  • Estilo de Vida Ativo: As pessoas dessa região geralmente levam um estilo de vida ativo e participam de atividades físicas regulares, como caminhadas, trabalho manual e outras formas de exercício moderado. Em resumo, acordam cedo, trabalham e possuem um tempo considerável de descanso.

Sobre Ikaria

Já do outro lado do mundo Dan relata as peculiaridades de Ikaria na Grécia ilha a qual possui um dos menores indices de demencia em população idosa no mundo. Além de práticas já conhecidas como a alimentação mediterrânea rica em vegetais e azeite de oliva alguns habitos observados podemos destacar:

  • Consumo de pães fermentados (o famoso pão de fermentação natural).
  • Relações de parceria intraconjugais ou extraconjucais ajudam na saúde de pessoas idosas
  • O microclima para produção de um vinho que possui altos níveis potassio e fosforo, os quais são microingredientes minerais muito comum de as pessoas terem deficiência.
  • O uso do mel cru ao invéz do acúcar: o processo industrializado para fabricação do mel destrói os grãos de polem, porém um mel cru, deve ser usado a uma temperatura baixa para poder manter as propriedades (por isso não adoce o chá fervendo com mel, espere um pouquinho).
  • A capacidade de identificar plantas e tomar chás tais como alecrim, malva, salvia.

E é nesse tema que quero deixar meus contributos quando viemos falar de microbiomas intestinais.

O papel das ervas no microbioma

O chá de ervas é apreciado por suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e relaxantes. Rico em variedades como camomila e hortelã-pimenta, ele não apenas contribui para combater radicais livres, reduzir o estresse oxidativo e promover a saúde digestiva, mas também oferece benefícios como melhoria do sono e estímulo imunológico. Mas o que tem a ver com a sua microbiota intestinal?

Plantas aromáticas e os óleos essenciais extraídos delas têm sido sugeridos como agentes profiláticos potentes devido à sua atividade antimicrobiana e efeitos estimulantes no sistema digestivo dos animais. Atualmente, os óleos essenciais de plantas aromáticas são amplamente utilizados na medicina e na indústria alimentícia. [1], [2]

Segundo um estudo anterior publicado na Alternative Medicine Review. Pesquisadores testaram, in vitro (ou seja em testes laboatoriais), oito óleos essenciais diferentes em 12 espécies comuns de bactérias intestinais humanas. Eles descobriram que os óleos essenciais de Carum carvi (cominho), Lavandula angustifolia (lavanda), Trachyspermum copticum (cominho-ajowan) e Citrus aurantium var. amara (neroli) demonstraram um alto grau de inibição do crescimento de patógenos humanos sem afetar as bactérias comensais. Essas ervas têm uma longa história de uso no tratamento de distúrbios gastrointestinais. [3]

E agora me conta qual o seu chá preferido, ou se ainda não toma qual seria sua primeira opção?

Para ver meu primeiro post sobre as Blue Zones clique aqui para saber das particularidades de Okinawa no japão.

 

Referências:

[1]https://www.wiley.com/en-us/Medical+Botany%3A+Plants+Affecting+Human+Health%2C+2nd+Edition-p-9780471628828

[2] https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28882791/

[3] https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12410625/

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